HPV e Screening no Homem
Sabemos que o papanicolaou apresenta uma grande sensibilidade quando falamos em câncer de colo uterino.
A utilização do swab para pesquisar o DNA do HPV pode levar a duas situações, a de subdiagnóstico e de superdiagnóstico, que inevitavelmente nos levará para a confirmação através de uma peniscopia.
O subdiagnóstico ocorre nos casos em que o raspado genital é negativo, ou seja, não apresenta DNA do HPV, porém o paciente pode apresentar alguma lesão clínica ou subclínica que não foi adequadamente escarificada, ou, por apresentar uma camada superficial espessa que não permitiu a colheita de material adequadamente. Se dermos o resultado como negativo, deixaremos passar despercebidas lesões contaminantes. Além disso, temos atualmente um aumento de casos com lesões extragenitais (abdômen, região inguinal, etc.). Nesse caso, apenas a genitoscopia pode localizar essas lesões.
Na situação de superdiagnóstico temos os casos positivos onde encontramos presença de DNA de HPV e aí surge a grande dúvida: o que fazer? Somente saberemos ao realizarmos uma peniscopia. Se durante a peniscopia encontrarmos alguma lesão, esta deve ser biopsiada e eliminada por algum dos métodos de tratamento, mas, se não apresentar nenhuma lesão clínica ou subclínica, não devemos explorar, pois são os casos de infecção latente. Tanto o paciente quanto o médico ficam ansiosos e preocupados com um exame positivo que pode não ter significado nenhum. Não é raro, nessa situação, o médico orientar algum tipo de tratamento, inclusive cremes tópicos, por sua conta ou a pedido do próprio paciente, sem que seja realmente necessário.
Além disso, temos observado o aumento do número de casos com lesões HPV induzidas extragenital (perineal, pubiano, inguinal), que geralmente não são pesquisadas com o swab, e, portanto, não sendo diagnosticadas.
Não é justificável a utilização desses testes de biologia molecular como screening em Saúde Pública.